Atenção!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Aula XIV do EBB/ Etapa 2010.2

Estudo Bíblico de Base- EBB
Igreja Cristã Eterna Aliança - ICEA
Preletor: Lr. Thiago Bruno
Tema: Relacionamento Conjugal
Assunto: Divórcio
Texto:Mt 5.32
Eu, porém vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
Introdução:
Após termos estudado sobre a fidelidade conjugal, passaremos a estudar sobre o divórcio.
O assunto “divórcio” é tema de vários debates teológicos e a questão é muitíssimo controversa, sendo um ponto de difícil interpretação.
Tentaremos abordar o assunto em uma perspectiva bíblica.
I) Definição
Divórcio é a dissolução legal do casamento; dissolução judicial do matrimônio; separação; desunião. Embora o divórcio possa estar regularizado diante da lei dos homens, diante de Deus ele poderá estar sem efeito. Existem casos na Bíblia, nos quais o divórcio é permitido, isto se trata de exceções e não de regra. Para o cristão, o melhor caminho, como via de regra, sempre será o perdão e a reconciliação.
II) O divórcio nos tempos bíblicos 
Na época de Jesus, o divórcio era visto entre os judeus, embora isto não significasse que era uma prática corriqueira na sociedade judaica; ou muito menos que era do agrado do Senhor (Ml 2.16; Mt 19.8). Um dos fatores pelo qual Deus aborrece ao divórcio é o seu efeito destruidor sobre os filhos. O divórcio não foi instituído por ser à vontade de Deus, mais sim para impedir a maldade do coração humano.
A lei de Moisés regularizava o divórcio, basta observar textos como o de Dt 24. 1-4. Sabemos que a lei era boa (Rm 7.12), mais não mudava o coração do homem, que sempre distorcia a própria lei, esta, mostrava mais ainda o quanto o homem é mau.
Devido aos preconceitos que existiam contra as mulheres, o divórcio visava protege-las, Deus não queria o divórcio, mais mandou que fosse dada a carta de divórcio por causa da maldade do homem.
III) O ensino bíblico sobre o divórcio
Podemos encontrar na Bíblia 2 situações que são exceções explícitas para o divórcio, a saber:
1-Em caso de adultério (Mt 5.27-32; 19.3-12)
2-Quando um dos conjugues se converte ao Senhor e o outro, que é ímpio, pede o divórcio (I Co7)
III.a)A primeira passagem na qual a questão do divórcio é tratada no Novo Testamento encontra-se em Mt 5.27-32. Este texto faz parte do contexto conhecido como “Sermão do Monte” e nele Jesus corrige a interpretação da lei dada pelos religiosos, pois o coração mal destes, distorcia a lei de Deus.
O Senhor começa falando sobre o adultério (vs. 27-30) e explica que ele se inicia no coração, haja vista os religiosos acharem que somente o fato de não ter relações sexuais os excluía da punição divina. O adultério não está apenas na relação sexual em si, mais aquele que olha com intenção impura, já adulterou no coração. Após explicar este princípio e falar sobre a necessidade de vigiar; Jesus, nos versículos 31 e 32, trata da questão do divórcio por estar ligado ao pecado de adultério. O divórcio era outro ponto distorcido com freqüência na lei.
O divórcio era para frear a quantidade de repúdios através de um documento legal que dificultasse os excessos, mais as autoridades afirmavam que Deus ordenara o divórcio; diziam que a lei ordenava que fosse dada carta de divórcio para a mulher repudiada (Mt 5.31; Dt 24.1) e, baseados nisso, mandavam a esposa embora por qualquer motivo. Jesus então corrige este pensamento afirmando que a carta de divórcio somente poderia ser dada em caso de relação sexual ilícita.
III.c) Uma segunda exceção em I Co 7. 15-16
Conforme a comunidade cristã foi crescendo no mundo e muitas almas dentre os gentios foram se convertendo, surgiram muitos outros problemas com relação à família e ao divórcio. Novas situações apareceram, situações que não existiam enquanto Jesus estava pessoalmente no mundo nem quando a igreja estava restrita aos limites de Israel.
E se em um casal onde ambos são ímpios, um dos conjugues se convertesse; o que fazer neste caso?
Paulo, como apóstolo dos gentios, responde a esta e outras dúvidas sobre o casamento em I Co 7.
  1. Nos vs. 10 e 11 é confirmada a proibição de separação ( obviamente por qualquer motivo); entretanto, se por algum, motivo sem ser o de infidelidade sexual, houver separação, que não se casem, pois se isto ocorrer será adultério! Entendemos que, quando há uma separação sem ser por causa de relação sexual ilícita, esta deverá ser temporária, e deve terminar em reconciliação e não em divórcio, pois este seria inválido diante de Deus. Os envolvidos neste “divórcio” entrariam em adultério se casassem novamente. Lembre-se também que a separação temporária envolve abstinência, o que torna vulnerável as partes envolvidas.
  2. No caso acima não deve haver um novo matrimônio pelo fato da separação ser por motivos diversos.
  3. Nos versículos de 12 a 14 vemos o caso de um dos conjugues se converter e o outro não. Neste caso a Palavra de Deus é bem clara: O crente não deveria separar do conjugue ímpio.
  4. No texto do versículo 15 é vista a segunda exceção para o divórcio: Se o conjugue não convertido desejar separar; neste caso o irmão(ã) se torna livre.
  5. Notemos que existem irmãos que insistem em esperar o ímpio se converter e se sujeitam a uma situação vergonhosa do conjugue ter outro(a) companheiro(a) , ou ainda sofre maus tratos e vive em brigas constantes servindo de mau testemunho para os ímpios. Se o ímpio quer separar neste caso; que separe! Veja ainda o v. 16. Quando observamos detalhadamente o texto dos versículos 15-24, vemos algumas coisas importantes: Primeiramente no final do v. 15, Paulo diz que fomos chamados para a paz, o apóstolo está se referindo a questão do ímpio se apartar, ou seja, o crente não deve insistir em um relacionamento que o ímpio quer terminar e com isso maltrata o crente o colocando debaixo de servidão, o mau testemunho conjugal deve ser evitado. Em segundo lugar notemos que Paulo usa duas figuras para retratar o seu pensamento; a saber: A circuncisão e a escravidão. Nestas figuras o apóstolo quer ensinar que devemos estar “preso”ao casamento quando o conjugue é ímpio e isto não deve ser motivo para a separação, mais se este ímpio não respeita o irmão e lhe deixa debaixo de escravidão, se for dada a oportunidade de estar livre, ela deve ser aproveitada.
  6. Para encerrar, no caso do ímpio que se divorciou, o irmão está livre; isto subentende que pode casar novamente, porém no Senhor (com um cristão).
IV) A superioridade do perdão
Embora existam estas duas exceções estudadas, a regra continua sendo o perdão. Em minha experiência pastoral, presenciei muitos casos de adultério em famílias e pude constatar que na maioria dos casos o perdão foi muito mais sublime do que chegar ao divórcio. Lembre-se que:
a-O divórcio é permissão e não regra
b-O divórcio foi dado por causa da dureza do coração do homem (Mt 19.8)
c-O divórcio, em 90% dos casos, será a pior opção para os filhos
d-No princípio não foi assim, ou seja, o plano de Deus é um casamento indissolúvel!
 V)O divórcio no contexto social
Vivemos em uma sociedade na qual os valores morais se corrompem a cada dia. Instituições, tais como a família e as igrejas locais são bombardeadas constantemente por idéias que tentam impor um padrão antebíblico. Diante desta realidade, muitos chegam a Jesus e automaticamente às Igrejas locais com uma série de problemas familiares. Todos os dias, muitas almas aceitam a Jesus e assim como vêem das drogas, prostituição, alcoolismo, etc...vêem também em situação de separação conjugal. A grande maioria destes divórcios é condenada pela Palavra de Deus e alguns chegam a Cristo estando no seu terceiro casamento. E aí? Como lidar com estas situações?
Para o mundo, o divórcio é encarado com naturalidade, mais nós sabemos que não é bem assim!
Para resolver as questões que surgem na igreja, diversas são as dificuldades enfrentadas, principalmente pelo fato do mundo de hoje ser bem diferente da época bíblica. Será então que o conceito de pecado também mudou? Absolutamente não! Assim como a Palavra de Deus não mudou em relação ao adultério e ao divórcio.
Será que não temos condições de julgar todos os casos? Certamente que sim, haja vista termos o Espírito Santo e Palavra de Deus como manual!
Partimos dos seguintes princípios para julgar:

1º) O conceito bíblico de adultério
2º) O conceito bíblico de divórcio
3º) O conceito bíblico sobre a permissão do divórcio
4º) Verificar se as situações foram geradas antes ou depois da conversão
5º) A jurisprudência divina
a}Ver na Palavra como Deus julgou casos semelhantes;
b}Ver na Bíblia que critério Deus usou para julgar;
c}Pesquisar como a igreja tratou e julgou certos casos ao longo dos anos e qual o critério usado;
d}Levar em conta os padrões divinos expressos em sua Palavra, tais como: Deus é amor, misericordioso, justo, etc...todas as decisões não deverão ser contrárias ao caráter divino.
6º) Que desfecho irá prejudicar o testemunho cristão?
Por se tratar de um problema muitíssimo encontrado, passaremos a analisar alguns casos atuais na próxima aula.
Conclusão:
Aprendemos nesta aula a respeito do divórcio. Vimos que existem duas exceções para o divórcio na Bíblia, porém se tratam de exceções e não de regras. Analisamos os textos que contém estas exceções: Mt 5.27-32; 19.3-12 e I Co 7. 10-24. Estudamos que o divórcio é autorizado (permitido e não ordenado) no caso de adultério e no caso de um conjugue ímpio querer se separar do outro que se converteu ao Senhor. Por fim, aprendemos que o amor, traduzido em perdão, deve ser a possibilidade mais buscada, sempre que possível; é óbvio! Concluímos ainda que existem muitos outros casos difíceis de se resolverem, mais que, com a ajuda do Espírito Santo podem s
er solucionados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário